amor

Amores Não Desabam do Nada

sexta-feira, setembro 04, 2015


No início parecia algo normal. Não há o que temer, é só uma fissura. Mas, então, uma rachadura foi se impondo na parede do edifício. Só uma rachadura, nada demais. Não há porquê consertar. Passa uma tinta pra disfarçar.
No início não era nada a temer. O silêncio no outro lado da linha. A falta de elogios. O desinteresse em agradar. Fissuras que se formaram entre nós. A gente disfarça. O medo cresce dentro de quem parecia valente, mas a gente se convence de que não passa de uma impressão boba.
Chama os amigos, vamos jantar! Todos os casais são perfeitos à luz de velas, ninguém iria perceber. Mas as fissuras estão ali, por baixo da tinta. Por trás das máscaras. Até que o edifício desaba, e procura-se motivos entre os tantos que houveram. Procura-se culpados, mas ninguém fez por mal. Só disfarçou as fissuras, porque é mais fácil que arregaçar as mangas e melhorar.
Consertar dá trabalho. Até que o amor desaba e a gente percebe que seria mais fácil consertar a fissura, do que se refazer do desastre ocorrido. Há sempre fissuras que indicam o perigo. A separação começa muito antes do pedido do divórcio. Edifícios não desabam do nada. Amores também não.

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