No inÃcio não era nada a temer. O silêncio no outro lado da linha. A falta de elogios. O desinteresse em agradar. Fissuras que se formaram entre nós. A gente disfarça. O medo cresce dentro de quem parecia valente, mas a gente se convence de que não passa de uma impressão boba.
Chama os amigos, vamos jantar! Todos os casais são perfeitos à luz de velas, ninguém iria perceber. Mas as fissuras estão ali, por baixo da tinta. Por trás das máscaras. Até que o edifÃcio desaba, e procura-se motivos entre os tantos que houveram. Procura-se culpados, mas ninguém fez por mal. Só disfarçou as fissuras, porque é mais fácil que arregaçar as mangas e melhorar.
Consertar dá trabalho. Até que o amor desaba e a gente percebe que seria mais fácil consertar a fissura, do que se refazer do desastre ocorrido. Há sempre fissuras que indicam o perigo. A separação começa muito antes do pedido do divórcio. EdifÃcios não desabam do nada. Amores também não.